"Habitualmente a nossa mente não se encontra num estado de serenidade e sim de agitação, de um contínuo diálogo (ou monologo) interior, que é descrito não raras vezes como «mente de macaco» ou «mente errante». Esta descrição por si só, diz-nos o quão insana a nossa mente pode realmente estar a maior parte do tempo. Os pensamentos sucedem-se de forma ininterrupta e desorganizada e não se trata de um pensar que nos leva a soluções ou resolver problemas (esta será a «mente que trabalha» Balsekar, 2007). E todos esperamos ter alguma atividade aqui, para nossa sanidade. A «mente errante» refere-se a um pensamento que dá voltas sobre si, que o mesmo autor chama de «mente pensante». O que se passa com esta mente, ou estes pensamentos, é que eles não ajudam, pelo contrário, acentuam problemas pois ela preocupa-se excessivamente com o passado, ruminando sobre o que aconteceu, e com o futuro, antecipando realidades e criando ansiedade. Estas duas atividades provocam com elevada frequência patologias psíquicas e retiram-nos da sanidade do momento presente. Resumindo, uma das consequências da primazia da «mente de macaco» é que pelo fato de se evadir constantemente do presente, afastar-nos da realidade e desta forma, impede a vida.
É então por isto que se torna urgente acalmar a mente e apaziguá-la para que seja capaz de conhecer bem e habitar essa realidade. Acalmar a mente implica abandonar a «mente de macaco» e passar a ter uma mente centrada no presente, no que acontece no aqui e agora. Os benefícios são imensos e a nossa sanidade mental, emocional, social e espiritual agradecerão!"
(Mindfulness – O poder da meditação)